terça-feira, abril 11, 2006

Kuwait

O Kuwait é uma agradável supresa. A minha passagem por este pequeno Emirato foi breve, mas suficientemente longa para me aperceber do que o diferencia dos restantes países. De tudo, o que mais sobressai à vista, até mesmo do mais desatento dos observadores, é a felicidade das pessoas. Toda a gente tem um ar feliz, saudável e o contentamento é facilmente observável nos sorrisos e no cantarolar das pessoas.

Os motivos são óbvios: 10% das reservas conhecidas de petróleo de todo o mundo encontram-se no Kuwait, a população não excede os 800 mil habitantes e, ao contrário do vizinho saudita que vive uma feroz “ditadura” social, e do Iraque que vive mergulhado no caos, o Kuwait vive uma alegre liberdade.

Embora continuando a ser um país islâmico existe no Kuwait uma abertura social que por diversas vezes me fez crer estar na Europa. As raparigas e as mulheres andam sem abbayas e até mesmo algumas sem o véu; vestem-se com cores alegres e convivem descomplexadamente com rapazes. Estes vestem-se à ocidental e têm comportamento semelhantes. Embora o alcóol ainda seja proibido (diz-se que a proibição irá ser levantada brevemente), os cafés e os clubes, pelo convívio e pela música que se ouve (a música está proibida na Arábia Saudita) chega a dar-nos a sensação de estarmos num bar de Lisboa. Os Kuwaits não se cansam de dizer que são livres, e vê-se que lutam pelas suas liberdades. As mulheres trabalham e não infrequente vê-las, ou vê-los, em demonstrações públicas reclamar por aquilo que acham ser os seus direitos.

A cidade do Kuwait é uma agradável cidade à beira-mar. No geral bem tratada, tem edificios de uma excelente arquitectura, e uma marginal ajardinada que serve como zona de lazer às famílias kuwaitianas.

Ao contrário de Riade onde se vive com imensas restrições, ou ao Dubai que se tornou um espaço artitificial e descaracterizado, o Kuwait ainda mantém a sua alma árabe, e a sua identidade. Gostei tanto deste Emirato que para lá me mudaria com facilidade. Para já fico-me pela esperança de o visitar mais uma ou duas vezes.

Kuwait is a pleasant surprise. My stay in this Emirate was short, but long enough to realize what differentiates this country from its neighbours. From everything, the most obvious, even to the most distracted observer, is the happyness in people. Everybody looks happy, healthy and contentment is easily observable in the smile and singing of people.

The motives are easy to understand. About 10% of the know world oil reserves are in Kuwait, the population doesn’t exceed the 800 thousand inhabitants and, contrary to the Saudi neighbour where a social “dictatorship” rules, and Iraque where chaos is common place, Kuwait lives a enjoyable freedom.

Even though Kuwait is still an Islamic country, there is a social awareness and openness that for multiple times made me believe I was in Europe. Women walk around without abbayas, many totally uncovered, they dress with joyful colours, and they enjoy carelessly the company of male friends. Although alchool is still forbidden (but according to them soon to be released), cafes and clubs, because of the atmosphere and of the music (which is forbidden in Saudi Arabia) tend to give you this feeling that you are in a bar in Lisbon. The Kuwaitees constantly repeat to everybody that they’re free, and indeed they are pretty much free. Women work and you often see people (both men and women) demonstrating for what they believe to be their rights.

Kuwait city is an extremely pleasant city by the seaside. Generally speaking, in pretty good shape, it has an excellent architecture, and a corniche which serves as a huge park to the Kuwaitee families.

Contrary to Riyadh where life is full of restrictions, or to Dubai which has become an artificial place, Kuwait stills holds its originality and its identity, their true Arab soul. I enjoyed this place so much that I’d easily move there. However, I only hope to be able to visit it a couple more times.