quarta-feira, maio 28, 2008

A Suiça é um roubo/A Swiss rip-off

Quando digo que a Suiça é estupidamente cara, frequentemente há dificuldade em quantificar. Em Genebra tudo custa muitíssimo mais do que em qualquer outro lugar idêntico, sem ter a qualidade correspondente.

No sábado passado registei um desses momentos numa ida ao supermercado. A foto abaixo é de um pequeno bife de vaca (cerca de 134g) custando quase 7€, ou seja, estamos a falar em cerca de 50€ por quilo! Isto é um roubo ou não é?



When I say that Switzerland is outrageously expensive, sometimes I have trouble quantifying. In Geneva everything is much more expensive than in any other identical place, however without having the corresponding quality.

Last saturday I was able to register one of those moments when I went to the supermarket. The photo you see below is of a tiny beef (around 134gr) costing around 7€, that is, roughly about 50€ per kilo! Is this a rip-off or not?








quinta-feira, maio 22, 2008

Belgrado/Beograd

Estive cerca de sete dias em Belgrado e posso dizer-vos que gostei imenso. Na verdade descobrir esta cidade, e descobrir a Sérvia foi uma experiência muito mais interessante do que eu poderia ter antecipado.

A cidade encontra-se no junção do Danúbio e do Sava, e na sua parte mais antiga há o castelo e as muralhas. As igrejas são na sua esmagadora maioria ortodoxas, e a arquitetura é europeia incluíndo o periodo negro do estilo bolchevique/soviético/comunista.

A cidade é fascinante pela sua energia, pela alegria, e pelo dinamismo. Os sérvios são extremamente educados e simpatiquíssimos. A quem esteja a pensar passar por aqui fica a minha recomendação que venha.

I was for seven days in Belgrade and I can tell you that I enjoyed it a lot. In reality to explore the city, and to discover Serbia was an experience much more interesting that I'd have been able to antecipate.

The city is located in the junction of the rivers Danube and Sava, and in its old part you can find the castle, the walls. The churches are mostly orthodox, and the architecture is traditional european even considering the black period of the bolcheviq/soviet/communist era.

The city is fascinating for its energy, the joy, and the dynamism. The Serbians are extremely educated and friendly. To those of you considering a visit to Serbia, I certainly recommend it.





Belgrado/Beograd





Belgrado/Beograd





Belgrado/Beograd





quinta-feira, maio 15, 2008

A nossa pequenez

A figura acima mostra bem aquilo que presentemente distingue Portugal de Espanha: a projeção, o arrojo, a grandeza de espírito.

Espanha não é grande, já foi como também nós já o fomos, mas quer voltar a sê-lo. Para isso tem tido nos últimos anos uma política de projeção cultural de fazer inveja à França e a Alemanha. A Espanha faz-se sentir presente em toda a Europa, nos cantos mais variados do planeta e, em sítio e lugarejos onde nunca pensei dou comigo a falar em castelhano. Este dinamismo impressiona-me.

Nós temos um instituto, de seu nome Instítuto Camões, que vive de tostões contados, de gestões correntes, com pouca ou nenhuma projeção, com pouca ou nenhuma ambição.

Ainda assim, do alto da nossa sobranceria, agarrados a um qualquer passado glorioso, cegados pela emoção e desprovidos de qualquer racionalidade, acreditamos que nos está prometido um futuro brilhante onde a raça portuguesa se voltará novamente a distinguir na cena internacional. No entanto, nada ou pouco fazemos.

Pelo contrário vivemos agarrados a um passado, e não alargamos horizontes. Quase que me ofende ver a forma como alguns ditos intelectuais da praça pública, defendendo interesses pessoais, ou interesses de outrém, lutam por manter uma grafia na língua portuguesa que está longe de servir os interesses mais alargados da lusofonia.

A defesa da grafia existente faz-se recorrendo às justificações mais absurdas desde questões de ordem estética, ao “papão” brasileiro, tradição, a custos económicos, como se esta fosse a primeira vez que mudamos a nossa grafia, e como se as vantagens económicas a médio prazo não fosses avassaladoras.

A língua portuguesa pode e tem potencial para ser uma língua de relevo internacional, mas para isso é importante que um anão como Portugal seja capaz de colaborar no plano internacional, de igual para igual, com os restantes países que falam português nomeadamente Brasil e Angola. A palavra-chave para alterar o presente estado das coisas é a colaboração, tantas vezes boicotada em Portugal por inveja.

Portugal sozinho não tem capacidade para fazer muito, em verdade tem capacidade para fazer muito pouco. Gostava um dia de poder regressar a Belgrado e ver na rua principal desta cidade um edifício hasteando o nome de um insituto de língua portuguesa, como hoje vejo o Instítuto Cervantes.

quarta-feira, maio 14, 2008

Monte Branco/Mont Blanc

Foi há pouco mais de duas semanas que tive a sorte de receber a visita de dois amigos. Desta vez fomos até ao Monte Branco e subimos de teleférico até uma altitude de 3.500m (mais coisa menos coisa). Apesar do calor que se fazia sentir no vale, a temperatura baixou consideravelmente à medida que subiamos.

As fotos revelam uma paisagem impressionante, muito bonita, mas ainda assim longe de valer os 40€ que custa o ingresso de ida-e-volta.

PS - Ao contrário do que muitos pensam o Monte Branco não é a maior elevação da Europa. Esta encontra-se na Rússia.

It was about two weeks ago that I was lucky to have the visit of two friends. We went to Mont Blanc and took the cable car all the way up to an altitude of 3,500m (roughly). Despite being a warm day in the valley, it became considerably colder as we moved upwards.

The photos reveal an amazing landscape, very pretty, still far from worthy of 40€, which was the ticket price to go up and down.

PS - Contrary to what many people think the Mont Blanc is not the highest mountain of Europe. The highest mountain of Europe is located in Russia.





Monte Branco/Mont Blanc





terça-feira, maio 06, 2008

Kosovo


Portugal não reconhece o Kosovo e faz bem. Em minha opinião por muitas e boas razões.

1. Por uma questão de legalidade e de respeito pelo direito internacional;
2. Por que uma minoria étnica num estado soberano não tem o direito a autoproclamar-se independente;
3. Por que a constituição de estados falhados (e párias) apenas cria mais problemas.

O que me custa entender é a cegueira de certos "líderes" políticos, as agendas escondidas, os interesses não revelados. A agenda americana sobre este assunto é mais ou menos conhecida, mas a cegueira que poderá ter levado alguns estados europeus a reconhecer o Kosovo é algo de preocupante.

Por fim uma nota. Diz a imprensa, dos países que reconheceram o Kosovo, que mais de 30 países já reconheceram o Kosovo. Pena é essa mesma imprensa não revelar que mais de 50 países já afirmaram não reconhecer o Kosovo.

Portugal does not recognize Kosovo, and in my opinion they do well. There are many important reasons like:

1. For a matter of legality and respect for the international law;
2. Because an ethnic minority in a sovereign state cannot selfdeclare independence;
3. Because creating a failed state (and a rogue state) is opening a pandora box.

It's hard to understand the blindness of certain political "leaders", the hidden agendas, the undisclosed interests. To a certain extent the American position is know, but nothing justifies the short sightness of some European countries.

Finally a note. The international media, the same operating in the countries where Kosovo has been recognized, blasts out loud that over 30 countries have already recognized Kosovo. What they don't mention is that over 50 countries have stated not to recognize Kosovo.